A 10ª edição da Jornada do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro) encerrou ontem (30) com uma palestra de peso. Os principais especialistas da área, conforme o consultor internacional e mediador Francisco Villa, estavam reunidos naquele momento no palco da Amrigs, em Porto Alegre, para debater os vetores para o futuro da bovinocultura de corte no Brasil.
E o CEO da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB), Fernando Lopa, estava entre os painelistas do evento, que também contou com as presenças do presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira, do presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), Antônio Jorge Camardelli, e do presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), José Roberto Pires Weber.
“Tirando a ministra (da Agricultura, Kátia Abreu), que não sei se seria mesmo necessário, reunimos aqui os melhores e os principais especialistas em carne e pecuária no Brasil”, afirmou Villa em sua saudação inicial. Para um público essencialmente jovem, muitos deles estudantes universitários, os especialistas versaram sobre a crise, a conjuntura internacional e a importância das associações de raças na atualidade. De consenso, a ideia de que a pecuária não passará imune pela crise, embora seja bem menos afetada.
Junqueira abordou questões relativas à gestão do processo. Defende que o produtor do futuro olhe a sua propriedade com uma visão empresarial. Ele acredita na viabilidade de duas a três safras em uma mesma fazenda, aglutinando a pecuária intensiva, que traria segurança na geração de caixa, e, atrelado a isso, um investimento de longo prazo, como implantação de floresta e manejo sustentável de áreas ambientais.
Na condição de especialista na área do consumo, Camardelli alertou para as deficiências internas, bem como a necessidade de abertura de novos mercados. O presidente da ABIEC também trouxe dados positivos. Conforme ele, o ano de 2013 foi marcado pelo recorde nas exportações de carne bovina, que atingiram US$ 6,7 bilhões, registrando um crescimento de 958% nos últimos 15 anos. Em 2014, as exportações chegaram a US$ 7,2 bilhões, registrando um aumento ainda maior. “Frente aos concorrentes, o país ainda tem invejáveis vantagens comparativas que lhe garantem uma vocação natural para a produção da pecuária”, destacou Camardelli.
CEO da ABHB, Fernando Lopa, foi o terceiro a se manifestar. Pontuou a trajetória exitosa das raças Hereford e Braford, que em dez anos tiveram um crescimento exponencial, pintando de vermelho e branco diversos estados brasileiros. Trouxe dados sobre a excelência da carne 100% Certificada Hereford, apoiadora hoje de diversas atividades e eventos culturais no Estado e em âmbito nacional. “Nosso selo atesta a qualidade da carne que está sendo consumida e agrega valor ao produto”, destacou Lopa, ao mostrar características das duas raças como a alimentação em menor escala, maior fertilidade e desfrute antecipado. Finalizou sua intervenção ao mencionar o grande desafio da Associação na atualidade: a criação do seu núcleo jovem. “São eles que conduzirão nosso trabalho no futuro”.
Texto e fotos Tatiana Feldens, reg. Prof. 13.654
Ascom ABHB