Vindos do Reino Unido, Canadá e Austrália, grupo de 24 empresários conhece pesquisa contra carrapato e manejo das raças Hereford e Braford em regiões de forte período de estiagem
A Região da Campanha do Rio Grande do Sul recebeu, na última semana, a visita de um grupo de 24 agropecuaristas do Reino Unido, Austrália e Canadá, com o intuito de estreitar os laços com criadores locais, buscando uma possibilidade de futuros negócios, bem como para conhecer o sistema de manejo no trabalho com as raças britânicas.
A visita teve início na Agropecuária Caty (Santana do Livramento/RS), de Adroaldo Pötter, um dos criatórios participantes do Projeto Brazilian Hereford & Braford (BHB) ? parceria da ABHB e Apex-Brasil, que apresentou aos visitantes seu rebanho de cria, bem como novilhas prenhas e tourinhos de um ano das raças Hereford e Braford, ambas focadas na adaptabilidade, qualidade da carne e precocidade dos produtos
Segundo um dos visitantes, o britânico Tom Clark, apesar da realidade climática da região, que hoje passa por um forte período de estiagem, as raças Hereford e Braford brasileiras se mostraram satisfatórias para os padrões internacionais.
Logo após a visita, os produtores internacionais foram apresentados a um importante trabalho de pesquisa, que tem a Associação Brasileira de Hereford e Braford como apoiadora e é realizado pela Embrapa Pecuária Sul, juntamente com a Conexão Delta G, que consistiu em avaliar mais de três mil animais, com o propósito de mapear o material genético e os fatores que levam a resistência ao carrapato.
A pesquisa, apresentada pelo pesquisador da Embrapa Pecuária Sul Fernando Cardoso determinou o código genético de mais de dois mil, dos animais avaliados, para 50 marcadores moleculares cada. Os marcadores foram utilizados para identificar variações do genoma referentes à resistência ao carrapato, onde obtiveram 60% de precisão na raça Braford e 48% na Hereford.
O conhecimento dos marcadores torna possível a previsão da resistência genética dos animais a partir de uma amostra de sangue, sem a necessidade da exposição ao parasita, comum nas regiões mais quentes do Brasil.
O tour técnico seguiu para outras fazendas como no país vizinho, Uruguai.
Texto com colaboração de Henrique Bachio.