Careta brasileiro tem indicado resultados extraordinários

abhb_sêmenSe o cruzamento do zebu com Hereford e do zebu com o Angus são superiores em produtividade e qualidade de carne, por que não apostar em um retrocruzamento entre eles para melhorar o que já é bom? É isto o que Antônio Cabistani, médico veterinário e diretor da Cort Genética Brasil, tem desenvolvido há três anos em conjunto com os proprietários da Fazenda Serrinha do grupo Agropecuária Rio Juba, localizada no município de Santo Antonio de Leverger, no Mato Grosso.

A utilização desta cruza tem indicado resultados preliminares animadores quando colocados em confinamento. “A consequência é um indivíduo ainda superior”, atesta Cabistani. Na comparação com o produto meio sangue Angus o desmame foi de 240 kg. O Zebu puro desmamou com 200 kg e o careta brasileiro desmamou com 297 kg.

Para a realização do experimento, os animais foram confinados durante um período de 78 dias. O Careta brasileiro atingiu 397,830 kgr/ média aos 13 meses de idade. Já o meio sangue atingiu, com o mesmo tempo de confinamento, 404,100 kgr/média aos 16 meses de idade. “Com este resultado, podemos afirmar que a diferença em peso foi de 6,270 kgr a favor do meio sangue, e a diferença de idade foi de 90 dias menos de confinamento a favor do Careta. Ou seja, a vantagem do Careta brasileiro é muito maior, tendo em vista que reduziremos o tempo de confinamento sem deixar de atingir o peso ideal e gordura de carcaça”.

Este último quesito foi ainda mais surpreendente. “Ao realizar o abate de uma unidade experimental do grupo dos Caretas com 432 kgr e com menos de 13 meses de idade – pois faltavam 5 dias para fechar o mês – nos deparamos com uma carcaça completamente coberta de gordura, atingindo 10 milímetros de gordura”. O mínimo esperado é de 3 milímetros. “Estamos desperdiçando dinheiro, podemos reduzir o tempo de confinamento ainda mais, não precisamos de tanta gordura”, pondera o médico veterinário.

Cabistani tem despontado como um dos maiores entusiastas desta cruza e aposta que em um futuro próximo o Brasil estará utilizando esse programa de forma extensiva, produzindo em escala carcaças padronizadas, porém, com qualidade (maciez, acabamento e sabor), além de precocidade e velocidade de ganho de peso.

O resultado deste estudo deverá ser disponibilizado no primeiro semestre de 2016. “Traremos as novas coletas de dados do programa continuado que estamos desenvolvendo junto com empresas de nutrição e frigoríficos”, conclui Cabistani.

Por Tatiana Feldens, reg. prof. 13.654

Ascom ABHB

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